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A Legião Perdida

No ano 53 a.C., sete legiões romanas comandadas por Marcus Licinius Crassus foram derrotadas por 10 mil Partos na batalha de Carae. Dos 45 mil soldados romanos, 20 mil perderam a vida e 10 mil foram capturados. Os restantes 15 mil conseguiram escapar.
O destino dos 10 mil legionários capturados permanece um mistério, agravado pelo facto de em 20 a.C. os Partos terem declarado aos romanos que tentavam negociar o repatriamento desses legionários, não haver prisioneiros.
Acredita-se que estes prisioneiros terão sido deslocados para leste, onde hoje se situa o Turquemenistão e usados contra invasores Hunos. O que também se sabe é que, durante a Dinastia Han, registos chineses indicam a captura de Zhizhi, hoje Zhambul, no Uzbequistão, em 36 a.C.. Cheg Tang, um dos generais chineses que combateram os Hunos nessa batalha, escreveu que as tropas que combatia utilizavam uma formação que ele nunca vira antes. Esta táctica, de formações em quadrado, utilizando os escudos da primeira linha para proteger o corpo e os das linhas seguintes para proteger a cabeça, era conhecida como Testudo (Tartaruga), e usado pelas Legiões Romanas em todo o Império.
Os Chineses, vitoriosos, ficaram tão impressionados com os 145 inimigos sobreviventes de Zhizhi, que os deslocaram mais para Leste, para um posto recém criado chamado Liqian (Li-chien), na província de Gansu. O objectivo era usar esta força contra os ataques dos tibetanos. Liqian é o nome que os chineses davam ao Império Romano.
Os arqueólogos acreditam que Liqian se situa onde hoje se encontra Zhelaizhai. Escavações feitas na zona, desenterraram fortificações feitas de estacas, comuns entre os romanos mas desconhecidas na China. Também se descobriram moedas romanas e pedaços de cerâmica com a mesma origem.
Em 2003, foram descobertas 99 tumbas datadas da Dinastia Han, contendo esqueletos de pessoas muito altas, viradas para oeste. Também não é uma prática comum de enterramento na China e estes corpos eram muito mais altos que os chineses da época. Zhelaizhai tem uma população em que 46% dos habitantes possuem sequências genéticas similares às dos Europeus. As suas características fisicas variam do nariz aquilino, aos cabelos loiros, olhos azuis e alturas de 1m82. Os residentes orgulham-se de serem descendentes de guerreiros Romanos, e alguns proclamam essa origem mudando o ultimo nome de modo a reflecti-la. Têm também uma paixão por touros, que não é partilhada pelos seus vizinhos.
A única forma de saber se a legião Romana deixou raízes na China é através de testes de DNA. O que se está a fazer.

(http://historicmysteries.com/events/a-roman-legion-in-china)

(http://en.wikipedia.org/wiki/Liqian_village)